• Rafael Molica; Fotos Divulgação, Gianne Carvalho, João Miguel Júnior e Renato Rocha Miranda/TV Globo; Arte Thyago Furtado
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Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Em seus 19 anos de idade, Pedro Malta dedicou 13 à carreira de ator, mas só agora foi redescoberto pela mídia, graças à mudança de aparência. O menino que aparecia ao lado de Fábio Assunção em Coração de Estudante é agora homem feito, bonito, e tem um estilo bem distante de quando era mais conhecido por seus trabalhos na TV. Mudança natural para quem cresceu, entrou na puberdade e passou a ter interesses bastante distintos.

Ele, no entanto, acredita que menciona seu crescimento e amadurecimento de maneira equivocada: "Às vezes, a imprensa procura projetar em mim a imagem de bad boy em contraste com a imagem de prodígio. Acho errado porque é apenas um exterior", diz. Em conversa exclusiva com QUEM, Pedro, que agora se dedica ao cinema e dá aulas de teatro, conta detalhes de sua nova vida pessoal e profissional, o namoro recente com uma estudante de psicologia e os cuidados que tem com o corpo. 

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: O Brasil passou a conhecer você na novela Coração de Estudante (2002) como o personagem Lipe. Mantém contato com quem trabalhou, como Fábio Assunção e Adriana Esteves?
Pedro Malta: Não tenho falado muito com eles. São pessoas muito ocupadas. Às vezes, as agendas não batem, mas a gente sempre se conversou. O Fábio, que me ajudou bastante, já se encontrou comigo no aeroporto e brincou: "Filhão, já cresceu". Já esbarrei com a Adriana em um shopping há pouco tempo e tenho um carinho enorme.

QUEM: O que você guarda de recordação daquela época até hoje?
PM: Guardo é a experiência, ter tido a chance de ter um debut artístico com muito prestigio, trabalhar com pessoas talentosas como Fábio e Adriana e ver tanta gente boa.

QUEM: Na época, você tinha a fama de "garoto bonzinho e inteligente", o que acabou te rotulando. Gosta dessa definição?
PM: Tenho um carinho por isso e por essa época, a confiança que o público e os profissionais que trabalharam comigo depositaram em mim. Essa novela me apresentou. Eu era um moleque de 8 anos. É legal ser relacionado como alguém bem articulado e ter uma fama de pessoa antenada, intelectualizada. É um privilégio as pessoas me verem assim.

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: Tem procurado mudar?
PM: Não se trata de imagem e sim do que você realmente quer. Nunca quis forçar imagem nenhuma. Pelo contrário, sempre procurei ler, fazer minhas coisas e nunca quis expor nada para ninguém. Mas a gente acaba transparecendo nossa educação, gostos e preferências culturais em entrevistas. Cresci em um ambiente muito propício a cultura e agradeço aos meus país, por ter sido incentivado.

Agora, sou uma pessoa jovem. Às vezes, a mídia procura projetar em mim a imagem de bad boy em contraste com a imagem de prodígio. Acho errado porque é apenas um exterior. Não sei se é pelos anéis, minha postura, tatuagens... Isso é um grande preconceito. Personalidade nem sempre tem a ver com comportamento. Posso passar algo visual que eu não seja. Muita gente ainda não tem a mente aberta para entender que aquela criancinha cresceu com desejos e vontades como qualquer adolescente e adulto. Às vezes, vejo certo alarmismo por parte da mídia. Sou apresentando rebelde.

QUEM: Como seus pais (Salete, de 60 anos, e Geraldo Malta, 61) acompanharam seu processo de crescimento? O que aprendeu com eles?
PM: Me estimularam muito. O mais importante para a profissão é isso. Fui estimulado a desenvolver meus talentos. Sempre pude contar com esse feedback caseiro para segurar a carreira, além do estímulo para a cultura.

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: Você gosta mais de programas caseiros ou se considera baladeiro?
PM: Eu intercalo. Acho que sou mais um caso de metamorfose ambulante. Acabo alternando programas descontraídos com baladas. Sei até onde vai o passo que posso dar. Qualquer momento que vejo que a vida noturna influenciará meu trabalho, eu freio. Vida pessoal também é namoro. Sempre procuro colocar isso junto como os prazeres que se tem na vida.

As tatuagens de Pedro Malta (Foto: Arte: Thyago Furtado)

QUEM: No Instagram você tem mostrado suas tatuagens. Pretende fazer mais?
PM: Não sei se vou fazer mais. Sei que para a imagem não é o ideal porque fica muito estereotipado. Mas isso está caindo por terra porque muitos outros atores têm, como o Caio Castro. Na novela das 6 Amor Eterno Amor, Letícia Persiles tinha uma roseira que tinha como ser escondida. Muitas pessoas públicas têm várias tatuagens. Aquele clichê antigo que vicia é verdadeiro. Se fosse fazer outras, faria em lugares mais escondidos. O que tenho pode ficar oculto.

QUEM: Entre uma foto e outra, você acaba mostrando o corpo em forma. Tem se preocupado com a saúde desde cedo?
PM: Tenho bastante cuidado, mas me preocupo com a mídia se preocupando e fazendo alarde dizendo que eu cresci. É uma coisa que eu não gosto. "O ex ator mirim." Particularmente, acho que chamar alguém assim é tão bobo como chamar um adulto de ex-criança. Independente de qualquer coisa eu sou um ator, mesmo em atividade ou não. O médico que não trabalha nisso continua sendo.

O corpo tem um valor comercial muito grande para as telas e é legal você estar sempre bem. Quem conquista isso é você. Tive alguns problemas com hérnia e depois eu caí de moto. Não foi nada muito serio, tive uma pequena luxação no joelho. Fiquei alguns meses parado em 2011. Voltei com a carga total para a malhação. Só uso whey protein e nenhum aditivo.

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: O que costuma fazer para cuidar do corpo? Academia? Esportes?
PM: Gosto de andar de skate e jogar uma pelada com os amigos para liberar a endorfina. Mas o que eu levo a sério é musculação. Ultimamente eu não tenho ido por causa da agenda. A mala vive pronta e malho onde posso, onde trabalho, mais ou menos umas três vezes por semana.

QUEM: Faz dieta? Ou come de tudo e não engorda?
PM: Agora, não estou malhando muito e tenho tido um cuidado extra na alimentação. Dou uma segurada nos carboidratos. Mas não sou muito de comer. Sou uma pessoa que não troca o almoço por um sanduíche. Meu peso ideal vem na faixa dos 62kg ou 63kg, já que tenho 1,65.

QUEM: As fotos têm rendido muitos comentários das meninas? Como os têm recebido?
PM: As minhas fãs elogiam e vejo isso como algo muito bom. Todo mundo curte, né?!

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: Como você vê a atenção que a mídia dá ao seu físico?
PM: Querem causar em cada pontinho de informação. Saio com uma garota, uma amiga, e ela é minha namorada. Estou num canto malhando e correndo e causam. E não é isso. É você querer ter vida normal. Quem não anda sem camisa na praia!? Sou muito branco. Se usar regata, fico igual um cone de rua.

QUEM: Gosta de investir em relacionamentos sérios?
PM: Não sei ser solteiro. Geralmente invisto em coisa séria. É meio que coisa de grupo. Há aquele amigo que é o Don Juan e que pega todas, tem o que pega ninguém. Eu simplesmente sou o cara que gosta de estar com alguém.

QUEM: Você namora? Como vocês se conheceram?
PM: Namoramos há um mês. A gente se conheceu porque fui rodar um curta-metragem em João Pessoa (PB). Era meu o roteiro e ela fazia parte da equipe como atriz. A Viviane é de Recife e a gente tinha uma base para nossos encontros. Sempre tento trazê-la para o Rio e ela não quer [risos]. Na verdade, ela faz faculdade de Psicologia. Para um ator, é sempre bom ter uma psicóloga do seu lado.

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

Pedro Malta (Foto: Divulgação)

QUEM: Como vocês fazem para se ver, já que você tem uma agenda corrida?
PM: Hoje, eu moro no Rio de Janeiro. Cheguei a ir para o Recife passar um tempo com a família, mas voltei para o Rio. Por outro lado, fico no mundo e sempre em viagem. Acho bacana essa vida assim de estrada e dá tempo para namorar, dá tempo para tudo.

QUEM: O que ela tem que mais o cativou?
PM: Acredito que foi por ela ser uma pessoa culta, muito articulada. Temos ótima conversa e papo. Gosto muito de quem sabe conversar e é bom de papo. A gente é muito palhaço e brinca muito, nos completamos muito bem. Ela é calma e segura bem a minha onda. Sou ligado nos 220 volts.

QUEM: Você cria projetos para si mesmo? Como casar, ter filhos?
PM: No momento, não penso em casar. Já pensei antes, só que a vida leva a gente para outros rumos. Acho que no momento estou vacinado para ir com calma nas relações. Não quero ser pai muito tarde não. A idade ideal seria uns 26 ou 27 anos. Às vezes, quando se é pai muito mais velho, acaba criando valores que funcionavam para uma certa época e que já cairam por terra devido ao tempo. Sou muito grato pela criação que meus pais me deram. Eles me levaram até a música, cinema, teatro... Acho que já nasci velho. Sou mais compreendido por pessoas mais velhas do que pessoas da minha idade e tive sempre amigos mais velhos que eu.

Acho que teria não só um filho, mas tentaria fazer o mesmo que meu pai: ter filho cedo. Tenho três irmãos: Carlos Eduardo, de 40 anos, e Gisele e Daniele, de 35 e 32. Experimentaria o que os meus pais tiveram: um mais velho e outros depois.

Fábio Assunção e Pedro Malta (Foto: TV Globo)

Fábio Assunção e Pedro Malta (Foto: TV Globo)

QUEM: Você se dedica a um curta-metragem, o Sobre Dosis. De onde veio a vontade de trabalhar como roteirista?
PM: Minha vontade de fazer isso veio desde moleque. Quando tinha 3 anos de idade, meu pai comprou o acervo inteiro de uma locadora de um amigo que ia fechar. Meu pai não pôde estudar cinema naquele tempo, mas ele sempre disse que era um diretor frustrado. Assisti aos filmes desde garoto e ele me mostrou que cinema é um trabalho, me explicando detalhes de filmagem e produção.

Via todos os gêneros. Uma época queria ser arqueólogo porque assistia filmes como A Múmia. Queria ser cientista por causa de 2001 - Uma Odisséia no Espaço. No final das contas, eu gostava de cinema e isso era o que eu queria fazer.

QUEM: Há um certo tempo, você se manifestou defendendo que sempre será ator. Como é a profissão para você?
PM: Mais do que uma profissão, ator também é um estilo de vida. Sou ator desde pequeno e só sei o que é ser isso. Tenho 13 anos de carreira consolidados e me sinto muito feliz por isso. Quero ser ator até ficar velhinho, até quando tiver forças.

Pedro Malta e Marcos Pasquim em 'Kubanacan', em 2003 (Foto: Gianne Carvalho/TV Globo)

Pedro Malta e Marcos Pasquim em 'Kubanacan', em 2003 (Foto: Gianne Carvalho/TV Globo)

QUEM: As pessoas chegaram a dizer que você teria desistido - levando em conta que você ficou um ano fora da TV. Como você vê a oferta de trabalhos na televisão?
PM: Foi um momento de encontro que eu queria ter. Os jovens, às vezes, têm isso: se encontrar na profissão. Foi um período que estava em desencontro. Esse período sabático fez decidir que eu queria, sim, continuar.

QUEM: Não tem nada a ver com a oferta?
PM: Não tinha nada a ver.

Ramon Francisco, Rafael Ciane e Pedro Malta em 'Começar de Novo' (2004-2005) (Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo)

Ramon Francisco, Rafael Ciane e Pedro Malta em 'Começar de Novo' (2004-2005) (Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo)

QUEM: Até hoje qual foi a concepção mais errada que as pessoas tiveram de você?
PM: Que eu queria projetar em mim mesmo os meus pais, que alguém me mandava ser alguma coisa. Forçar a barra e mostrar quem eu era. Na verdade, fui sortudo ao ter tido um desenvolvimento cultural. É uma questão de ter ou não interesse. O interessado corre atrás do que quer. Achavam que eu era ensaiado: "ele quer bancar o expert".

QUEM: Pretende voltar para as novelas ou é algo que você cansou de fazer?
PM: Pretendo voltar. Agora, estou feliz com cinema. Estou me cuidando, corpo e cabeça para quando precisar, voltar bem. Agora, vou voltar a ser aquele exemplo que as pessoas tinham de mim um dia.

Pedro Malta (Foto: Arte Ana Tadeschi)

Pedro Malta (Foto: Arte Ana Tadeschi)